Apuração

Prefeitos da Zona Sul reivindicam agilidade no atendimento em reunião com a CEEE Equatorial

Dentre as reivindicações estão reforço de equipes e melhoria na comunicação da empresa com os municípios; gestores saíram do encontro com pouca confiança em ações efetivas

Foto: Jô Folha - DP - Falta de energia elétrica ainda é realidade em alguns municípios

Quase duas semanas após o temporal que atingiu a Zona Sul na madrugada de 21 de março, um grupo de prefeitos da região esteve reunido com o diretor-presidente da CEEE Equatorial, Riberto José Barbanera, na tarde desta quarta-feira (3), em busca de uma solução para a falta de energia elétrica que ainda é realidade em alguns municípios. Conforme os gestores, a concessionária teria afirmado que até sexta-feira o serviço seria normalizado para os que estão desassistidos, entretanto, o alerta de tempestade emitido para a manhã desta quinta-feira pode impactar no prazo.

Além das reclamações sobre o longo período em que clientes em diversos municípios estão enfrentando sem eletricidade, outro problema apontado pelos prefeitos foi a dificuldade na comunicação com a empresa e a ineficiência de parte das equipes. De acordo com relatos, frente à principal reivindicação dos gestores, por reforço no atendimento a Zona Sul, a resposta da Equatorial seria a de que em breve o serviço seria mais regionalizado, o que agilizaria as ações. "Reclamamos muito da falta de retorno da empresa e da falta de resolução do problema por parte dessas equipes que estão trabalhando", diz o prefeito de Cerrito, Douglas Silveira (PP), município em que ainda há várias localidades sem o restabelecimento.

Ele diz ainda que a concessionária também estaria trocando a empresa que presta serviço terceirizado de atendimento e que até o final de abril a força de trabalho teria 80% de aumento. "Vai ser mudada a estrutura de relacionamento da empresa com o setor público e outras gerências também serão criadas. Reclamamos muito da falta de retorno". Mesmo diante das promessas de aperfeiçoamento do serviço, Douglas se diz cético e relembra outra reunião semelhante que ocorreu no ano passado com a Equatorial no aeroporto de Pelotas em que as mesmas questões foram apontadas.

"Nós já vivenciamos isso aí em julho, onde ficamos quinze dias sem energia, então não vai resolver, falando bem sinceramente, mas é nosso dever como gestor cobrar uma resolução para o problema", explica. Da mesma forma, o vice-prefeito de Arroio Grande, José Cláudio da Silva (PP), apresentou desapontamento. "Nós cobramos muito e saímos com poucas respostas". No Município há cerca de cem residências ainda sem energia elétrica. "Nenhum prefeito saiu contente da reunião porque a única resposta que tivemos é que essa última intempérie será resolvida até sexta-feira, mas tem outra tempestade vindo que pode atrasar isso tudo de novo".

Apuração

O governador Eduardo Leite (PSDB) determinou, na terça-feira, a realização de um estudo sobre as medidas que foram solicitadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para apurar a regularidade de atuação da empresa Enel, concessionária de energia com atuação em São Paulo. O objetivo é avaliar a possibilidade de o governo estadual pedir ao MME que a agência adote procedimento semelhante em relação à CEEE Equatorial. O estudo será conduzido pela Secretaria de Parcerias e Concessões (Separ) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

Paula se reúne com superintendente

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB) recebeu, também na terça-feira, no Paço Municipal, o superintendente da Equatorial na região, Marcelo Pazotti. Acompanhado de demais gestores da empresa, o novo responsável pelo atendimento da Zona Sul compartilhou os desafios e os próximos investimentos para qualificar o atendimento aos usuários. Paula reforçou a Pazotti a necessidade de que a empresa seja ágil em resolver as demandas dos pelotenses, especialmente aos que ficaram sem energia elétrica nos últimos dias.

Em nota publicada no site da Prefeitura, são apontados novos avanços apresentados pelo grupo, como a ampliação dos efetivos, que de acordo com os gestores deve dobrar a capacidade de atendimento, bem como a descentralização das equipes, o que deve propiciar mais autonomia de gestão e maior celeridade no processo de restabelecimento da energia. Além da ampliação no quadro de funcionários foi anunciado ainda a instalação de 600 novos equipamentos que irão auxiliar na demanda de recomposição da rede, possibilitando, em algumas situações, o restabelecimento da energia de forma remota. De acordo com os gestores, cerca de 800 unidades consumidoras, em toda região sul, permanecem sem o abastecimento de energia elétrica.

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